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Imaginei este espaço para a troca de informações a respeito dos diversos tipos de hobbies. Para mim, cozinhar degustando uma boa bebida, para outros, futebol, filmes, ler um bom livro. Para meu filho, colecionar álbum de figurinhas. De qualquer forma, seja qual for o hobby, sempre será uma forma agradável de se passar o tempo quando não se tem o que fazer ou quando já se fez o que tinha de fazer.
Vamos trocar informações tais como onde encontrar determinado produto, qual a melhor forma de utilizá-lo, receitas, enfim, tudo o que ajudar a tornar nosso tempo ocioso mais prazeroso.
Sejam bem-vindos, sugestões são bem-vindas e vamos iniciar a brincadeira.

domingo, 5 de junho de 2011

Livro - Em Defesa da Comida, Michael Pollan

Terminei neste final de semana de ler o livro de Michael Pollan, Em Defesa da Comida. Por que a comida precisa de defesa? É com esta pergunta que o autor começa o livro, querendo mostrar que a comida que estamos acostumados hoje, não é comida de verdade e sim alimentos processados para que pareçam comida. O autor mostra que todos os dias descobertas da ciência da nutrição são anunciadas nas capas dos jornais, nas notícias dos telejornais e em programas especializados. Tornou-se comum no jornalismo a necessidade de divulgar novas propriedades dos alimentos e novos benefícios, que aparentemente antes eram inimagináveis para a comunidade em geral. Com tantas notícias sobre o que comer e o que não comer, é comum o cidadão comum se sentir perdido no meio de tanta informação, tanto na imprensa quanto nos supermercados.
O livro trata justamente disso e é divido em três partes. A primeira tem como intenção introduzir o leitor à história do nutricionismo, à ciência da nutrição. Nos primeiros capítulos, Pollan descreve como nasceu a vontade do homem em estudar os alimentos que come, desde os primórdios até os dias de hoje. É de longe a parte mais cansativa do livro, já que, na verdade, trata-se de história. Não deixa de ser, no entanto, interessante.
A segunda parte fala sobre as pesquisas do autor e suas conclusões sobre a nutrição. O título do livro se refere ao manifesto de Pollan em defender a comida de verdade, aquela que é plantada, cultivada ou caçada, e não o que lota os supermercados, ou seja, comida industrializada. Para ele, esses alimentos sequer podem ser chamados de “comida”, já que, de tantos aditivos químicos, são apenas substâncias comestíveis. Essa parte é a mais interessante, pois o escritor faz uma grande análise da evolução ao longo dos séculos e principalmente da última década da forma como o homem se alimenta. Traz grandes alertas que realmente nos faz pensar sobre diversos aspectos que se tornaram normais, mas duvidosos.
Entre as mais interessantes constatações do autor, por exemplo, está o alerta de que, por trás da ciência da nutrição, existe uma indústria que está muito interessada em ganhar dinheiro com ela. Há três personagens: os cientistas (que precisam fazer descobertas o tempo todo), a indústria da alimentação (que precisa criar produtos com novos benefícios) e os jornalistas (que precisam dar novas notícias sobre alimentação e saúde). Dessa forma, o livro leva o leitor a uma reflexão sobre o que anda lendo. Será que podemos confiar mesmo em todas as notícias sobre alimentos que lemos todos os dias? Ou será que elas são frutos de um mecanismo para ganhar dinheiro?
A última parte do livro preocupa-se apenas com emitir “dicas” sobre alimentação, com base em todas as informações do livro. Aqui vai um resumo delas, o manifesto da comida:
1. Não coma nada que sua avó não reconheceria como comida
2. Evite comidas contendo ingredientes cujos nomes você não possa pronunciar
3. Não coma nada que não possa um dia apodrecer
4. Evite produtos alimentícios que aleguem vantagens para sua saúde
5. Dispense os corredores centrais dos supermercados e prefira comprar nas prateleiras periféricas
6. Melhor ainda: compre comida em outros lugares, como freiras livres ou mercados hortifruti
7. Pague mais, coma menos
8. Coma uma variedade maior de alimentos
9. Prefira alimentos provenientes de animais que pastam
10. Cozinhe e, se puder, plante alguns itens de seu cardápio
11. Prepare suas refeições e coma apenas à mesa
12. Coma com ponderação, acompanhado, quando possível, e sempre com prazer.
“Em Defesa da Comida” está longe de ser um livro de dieta ou qualquer classificação parecida. É um excelente livro sobre nutrição, e mais especificamente sua história e as lições que podemos tirar dela. É uma obra que, ao terminá-la, deve fazer o leitor pensar de uma forma bem diferente sobre tudo que envolve o assunto alimentação e, se tudo der certo, adquirir novos hábitos.

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