Bem-vindo

Imaginei este espaço para a troca de informações a respeito dos diversos tipos de hobbies. Para mim, cozinhar degustando uma boa bebida, para outros, futebol, filmes, ler um bom livro. Para meu filho, colecionar álbum de figurinhas. De qualquer forma, seja qual for o hobby, sempre será uma forma agradável de se passar o tempo quando não se tem o que fazer ou quando já se fez o que tinha de fazer.
Vamos trocar informações tais como onde encontrar determinado produto, qual a melhor forma de utilizá-lo, receitas, enfim, tudo o que ajudar a tornar nosso tempo ocioso mais prazeroso.
Sejam bem-vindos, sugestões são bem-vindas e vamos iniciar a brincadeira.

sábado, 30 de abril de 2011

Whisky - The Famous Grouse

Havia dito aqui que colocaria uma impressão sobre os whiskies adquiridos. Pois bem, começarei com o meu preferido, o The Famous Grouse. É um whisky encorpado mas ao mesmo tempo suave, de paladar agradável. Para aqueles que nunca beberam uma dose, sugiro que comecem por este. Nunca tinha ouvido falar nada sobre este whisky até que , ao fazer uma pesquisa na internet, descobri que ele é apenas o mais vendido na Escócia. Aqui no Brasil ele ainda não é muito conhecido.  Bom para quem conhece, pois ainda consegue comprar uma bebida de qualidade por um preço razoável, uma vez que ele é bem mais barato do que aqueles whiskies mais conhecidos e que possuem um marketing maior. Por outro lado, é difícil de encontrar para comprá-lo, tem de pesquisar bastante. Adquiri minha garrafa no Wal-Mart de São José dos Campos mas, com a facilidade de compras pela internet, já é possível comprá-lo e receber sem sair de casa pelo mesmo preço. Agora vou fazer aqui um serviço de utilidade pública, para quem quiser adquirir bebidas a um preço razoável, não é propaganda e não estou recebendo nada por isto. Acesse www.casadabebida.com.br. Lá encontra-se não só whiskies como também todos os outros tipos de bebidas e na comodidade de sua casa você escolhe e recebe sem transtornos. Bom, agora segue um pouco da história desta bebida. 
No interior das montanhas, nas terras altas da Escócia, Turret, um lago com quase cinco quilômetros de comprimento, assume-se como um marco na história do whisky mais vendido do país. O nevoeiro e o silêncio que pairam sobre o lago não escondem lendas como a de Loch Ness, mas é nas suas margens que habita a famosa perdiz vermelha, símbolo do whisky THE FAMOUS GROUSE. Não é de se estranhar que seja no vale por onde correm as suas águas que esteja instalada a Glenturret Distillerys, a mais antiga destilaria escocesa e fabricante do famoso whisky.
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A história
A história começou em 1800 na cidade de Perth na Escócia com a Mathew Gloag & Son, uma pequena mercearia que comercializava vinhos e whiskies, fundada por Matthew Gloag. A empresa na época comprava whiskies de várias destilarias espalhadas pela Escócia e quando a Rainha Vitória visitou a cidade, em 1842, o comerciante foi convidado a ser fornecedor de bebidas para o banquete real. Em 1870, seu filho William assumiu o negócio e começou a importar vinhos franceses para incrementar seu portfólio de produtos. Matthew Gloag, neto do fundador da empresa, localizada em um dos locais mais úmidos da Escócia, resolveu apostar na produção própria de whisky, vislumbrando a oportunidade de atingir os caçadores e pescadores que se deslocavam a Glenturret, que devido ao clima chuvoso e às terras montanhosas era propício ao consumo da bebida. Surgia assim em 1896 o whisky THE GROUSE. O comerciante optou em não batizá-lo com seu nome, como era comum na época, buscando inspiração na ave escocesa mais famosa, o Grouse, também conhecida como perdiz vermelha (Lagopus lagopus scoticus), alvo preferido dos caçadores provenientes do sul e muito abundante na região onde a empresa estava instalada.
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O tradicional rótulo da bebida contendo uma perdiz vermelha foi desenhado por Phillippa, filha de Matthew. Era o começo do surgimento de um verdadeiro ícone escocês. A mascote da marca, Red Grouse, é uma ave da família dos tetrazes e ao contrário de outras espécies espalhadas pelo mundo que ficam com penas brancas no inverno, a espécie escocesa mantém a cor castanho-avermelhada durante as quatro estações. Daí a relação com o whisky, que mantém sua qualidade e cor ano após ano. Em pouco tempo o whisky ganhou enorme reputação e se tornou extremamente famoso, tendo seu nome mudado para THE FAMOUS GROUSE oficialmente no dia 12 de agosto de 1905. Foi a partir deste momento, que pelas mãos dos herdeiros, o whisky começou a ganhar ainda mais notoriedade.
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Pouco depois, em 1907, o whisky havia se tornado tão famoso que a empresa precisou mudar para instalações maiores, localizada na mesma cidade e chamada Bordeaux House, que, passados dois séculos, deu lugar a um restaurante chamado THE FAMOUS GROUSE BAR, que preserva alguns dos elementos originais da antiga loja. Em 1920, a famosa perdiz vermelha voou mais alto e começou a apresentar-se aos mercados internacionais. Durante o período de Lei Seca nos Estados Unidos, os americanos chegavam a viajar para o Caribe para poder degustar o THE FAMOUS GROUSE, agora o principal produto da empresa. Com o fim da lei seca nos Estados Unidos, o consumo do whisky explodiu e a empresa resolveu construir uma nova casa de envelhecimento para aumentar a produção. Esta atitude permitiu que em 1939, quando foi iniciada a Segunda Guerra Mundial, a empresa tivesse estoque suficiente para os próximos 12 anos.-
Mathew Gloag V, descendente direto do fundador da empresa, teve que vender os negócios em 1970 à Highland Distillers em virtude da morte súbita dos seus pais. Com a nova proprietária, que era já um fornecedor privilegiado da THE FAMOUS GROUSE, a marca teve um enorme crescimento no mercado doméstico, vendendo mais de um milhão de caixas em 1979 e alcançado a liderança no ano seguinte. Na década de 90, a mascote da marca, uma simpática perdiz vermelha (Red Grouse), fez sua estréia, em 1996, nos comerciais de televisão. Desde então, a mascote já estrelou mais de 24 aclamados comerciais. Atualmente, apostando forte em transmitir uma imagem consistente e elevar os índices de notoriedade do ícone, a empresa tem como grande objetivo aumentar o volume de negócio no exterior e, na Escócia, conquistar os consumidores mais novos.
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Recentemente a marca introduziu no Brasil uma grande novidade, criada em 2006: distribuiu em bares e restaurantes de São Paulo um software que imprime no rótulo da garrafa o nome do cliente. Desde então já foram vendidas mais de 15 mil garrafas do THE FAMOUS GROUSE.-
Da destilação ao engarrafamento, cada produto pode receber mais de 8.000 verificações para garantir sua alta qualidade.-
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Uma experiência única
Num país fortemente marcado pela indústria do whisky, a destilaria Glenturret é um dos muitos atrativos da Escócia. Por ser considerado um local carismático para a marca, o grupo Edrington, atual proprietário do THE FAMOUS GROUSE, criou, em 2002, a The Famous Grouse Experience, uma experiência totalmente interativa onde os turistas podem conhecer um pouco mais da história e tradição da marca. Segundo o diretor geral do lugar, Jeremy Speirs, “quem se desloca à Escócia quer experimentar whisky. Existem milhares de pessoas ligadas a esta indústria que representa uma grande parte da cultura do país”. “Bebemos um gole de whisky a cada três segundos, por isso percebemos e gostamos do nosso whisky”, explicou.
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O visitante ficará sabendo que dois dos melhores ingredientes que fazem parte da mistura do THE FAMOUS GROUSE, o The Macallan - considerado o Rolls Royce dos whiskies – e o Highland Park, juntam-se a muitos outros para fazer uma bebida única. A visita só não revela os segredos por detrás do whisky mais vendido na Escócia nos últimos 27 anos e que conta com uma participação de mercado superior a 50%. Em 2007, mais de 100 mil turistas visitaram a destilaria que, hoje em dia, dá continuidade ao negócio fundado pela família Gloag.
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Dados corporativos
● Origem: Escócia● Lançamento: 1896● Criador: Matthew Gloag
● Sede mundial: Perth, Escócia● Proprietário da marca: The Edrington Group
● Chairman: Sir Ian Good● CEO: Ian Curle● Master Blender: John Ramsay
● Destilarias: 6● Presença global: + 100 países● Presença no Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Grécia e Portugal● Funcionários: 900
● Mascote: Red Grouse
● Ícones: A perdiz vermelha de seu logotipo
● Slogan: Scotland’s Favourite Whisky.
● Website: www.famousgrouse.com
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A marca no mundoAtualmente, o THE FAMOUS GROUSE é uma marca global, sendo exportado para mais de 100 países, entre os quais Portugal que representa o quarto maior mercado, depois do Reino Unido, Estados Unidos e Grécia. Das dez variedades de whisky, o Finest é o mais vendido com uma quota de mercado, dentro dos whiskies novos, de 17,3%. Em 2009, o The Edrington Group, proprietário da marca, vendeu mais de 3.6 milhões de caixas do whisky.
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Você sabia? A cada três segundos uma dose do whisky THE FAMOUS GROUSE é bebida na Escócia.
Fonte: mundodasmarcas

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Culinária - Bolinho de Bacalhau


Estes bolinhos não foram feitos por mim, mas prometo postar aqui a receita deles ainda. Estes foram feitos por minha esposa no sábado à noite, juntamente com uma pasta de berinjela maravilhosa.  Não teria opção melhor. Bolinhos, torradinhas com a pasta e para acompanhar, aquela cervejinha gelada.
Não canso de falar aqui que sou adepto de fazer as coisas em casa a sair e comprar a mesma coisa fora, pagar um preço absurdo e ainda sair insatisfeito. Aconteceu isto na quinta-feira quando procuramos um lugar simples, apenas para fazer um lanche e, no final, nos arrependemos. Posso dizer com certeza que, quando nos propomos a fazer algo, quase sempre sai melhor do que comer fora. Salvo uma ou outra exceção.
No sábado havia sobrado um pedaço de bacalhau que compramos para a semana santa e minha esposa resolveu fazer os bolinhos. Fez tantos que não vencemos comer todos, apesar do “olho” dizer sempre para comer mais. Já postei aqui há algum tempo atrás uma dica de passeio para comer bolinhos de bacalhau e havia dito, na época, que não tinha comido bolinho tão bom fora os feitos por minha sogra. Hoje sou obrigado a colocar os bolinhos feitos por minha esposa no mesmo patamar.
Fica aqui a dica: se gostar de algo procure fazer em casa. Com certeza, com o tempo, a prática vai se aprimorando e você terá momentos deliciosos.

sábado, 23 de abril de 2011

Animação - Como Treinar seu Dragão

Falei algum tempo atrás que o que eu menos estava fazendo ultimamente era assistir filmes. Bem, digamos que de um tempo para cá o que mais estou fazendo é justamente assistir filmes. Tudo coisa destas febres que dão de vez em quando. Daqui a pouco paro de assistir e me interesso por qualquer outra coisa. Mas enquanto estou assistindo vou postando alguns comentários e se ajudar alguém na escolha do próximo filme para sua diversão, já cumpri com a finalidade do blog.
Primeiramente aluguei a animação para meu filho assistir, mas confesso que não resisti quando vi as imagens e os efeitos e parei para vê-lo. Ótimo desenho. Para todas as idades. Não sou muito fã de animações mas esta realmente valeu a pena o tempo passado em frente a TV.
A história é sobre Soluço. Soluço é o filho de um grande chefe viking o qual comanda uma vila que é constantemente atacada por dragões. Os vikings os matam e os dragões matam os vikings. Por séculos foi isso e, se depender deles, vai continuar sendo assim. Soluço é fracote demais para matar uma das feras, ainda assim ele tenta impressionar seu pai criando máquinas para capturar dragões. Existem diversos tipos de dragões, mas o mais temido é o “Fúria da Noite”, uma sombra que todos temem e nunca erra seus alvos. Soluço, no que se pode considerar o maior golpe de sorte, acerta a Fúria, mas ninguém acredita no que ele conta. Quando ele vai em busca do dragão caído, encontra mais do que uma fera assassina e, daí em frente, ele tem que escolher ser um viking assassino de dragões ou ajudar seu mais novo amigo. Uma divertida amizade acaba sendo construída enquanto um dragão enorme ameaça toda a Ilha. Soluço provará ser herói suficiente para salvar todo o povo viking e de quebra desmistificar a maldade infinita dos dragões.

Culinária - Salmão Assado com Molho de Tomate e Maionese

Sexta-feira santa, não poderia deixar passar a ocasião de preparar um delicioso prato à base de peixe. Apesar de não ter problemas com a crença de “não poder” comer carne (religião à parte), acabo me rendendo sempre a estes rituais. Mas o que eu gostaria de passar aqui é uma receita que aprendi há muito tempo e que realmente é deliciosa, acabei me tornando expert. Trata-se de salmão assado. Tanto pode ser assado na churrasqueira como no forno mas, no meu ponto de vista, prefiro a primeira opção. Passarei os ingredientes e o modo de fazer. Esta receita é muito fácil, não tem como errar, e convenhamos, mesmo que erre, salmão é salmão, até cru é gostoso.
Ingredientes:
1 Salmão (quando comprar já peça para o peixeiro limpar e espalmar (abrir) o salmão inteiro. Em casa eu ainda me dou o trabalho de retirar a espinha dorsal e todos os espinhos, não sobra nada)
1 Limão
Sal ou tempero à gosto
2 Cebolas
2 Pimentões
3 dentes de Alho
4 Tomates
Azeite de Oliva
Orégano
Manjericão
Maionese
Modo de preparo:
De um dia para o outro, esprema o limão no salmão e tempere com o sal (ou outro tempero de seu gosto, fondor, por exemplo) e deixe na geladeira. No outro dia é só retirar da geladeira e colocá-lo direto no forno, fogo baixo, ou na grelha da churrasqueira, por aproximadamente 40 minutos.
Enquanto o peixe assa, prepare um molho, refogando no azeite de oliva, o alho, as cebolas, o pimentão e o tomate. Quando o molho estiver quase pronto acrescente o manjericão e o orégano.
Ao final dos 40 minutos, retire o peixe e espalhe o molho por cima, como se fosse uma pizza mesmo, e retorne para assar por mais 10 minutos. Após este tempo, retire novamente e agora espalhe a maionese por sobre o molho. Asse por mais 10 minutos. Retire e sirva com arroz branco. Uma delícia. Para acompanhar não pode faltar um bom vinho, que, no meu caso, foi um vinho artesanal que ganhei do meu tio nas férias e que estava guardando para uma ocasião especial. Depois de hoje, não sei por que não abri antes. Saúde.

Filme - O Aprendiz de Feiticeiro

Na quinta-feira, primeiro dia do feriado resolvi assistir um filme bem família. Digo bem família porque dá para todos assistirem, faixa etária livre. Trata-se do Filme O Aprendiz de Feiticeiro, com Nicolas Cage.
Balthazar Blake (Cage) é um feiticeiro que mora em Manhattan. Ele busca defender a cidade de seu arquiinimigo, Maxim Horvarth, mas não é capaz de cumprir esta tarefa sozinho. Para tanto ele recruta Dave Stutler, um rapaz comum mas com um potencial oculto, para ser seu aprendiz. Balthazar passa então a ministrar um rápido curso na arte e ciência da magia, de forma a torná-lo seu aliado na luta constante contra as forças de Horvarth.
Na verdade a história é cheia de tramas, uma vez que Balthazar não encontra o garoto por acaso, ele faz parte de uma profecia do Mago Merlin, na época do Rei Arthur, que disse que somente o primeiro Merliniano legítimo (aqui eu não entendi direito, se era descendente de Merlin ou treinado nas artes de Merlin) poderia destruir sua maior rival nas artes da magia, Morgana le Fey. Para descobrir quem é esta pessoa, há um anel do próprio Merlin que só se encaixa no dedo do verdadeiro discípulo. Esta busca dura mais ou menos uns mil anos, até que, “por acaso” , um garoto entra na loja de Balthazar e o anel, miraculosamente, se encaixa em seu dedo. A partir daí começa toda a história de batalhas para destruir não só Horvarth como também a própria Morgana.
Seguindo a trilha deixada por Harry Potter, este filme da Disney não deixa de ser boa diversão, como disse, para assistir em família, sem ser muito crítico, e cumpre bem o papel a que se propõe: PASSAR O TEMPO.
Curiosidade: o filme mistura ciência com magia, ou seja, tenta explicar, através dos fenômenos físicos, os feitiços lançados por cada um dos feiticeiros.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Fórmula 1 - Grande Prêmio da China

Na madrugada de sábado para domingo ocorreu o Grande Prêmio da China. Desta vez o alemão Vettel não chegou na frente. Lewis Hamilton foi o responsável por quebrar a hegemonia da Red Bull. Quanto aos brasileiros, Felipe Massa até que tentou, mas os pneus não aguentaram e ele teve que ceder posições no final. Daria pódio se não fosse isto. O consolo é que ficou na frente de Alonso em sua briga particular dentro da equipe. Rubens Barrichelo foi só o 13º. A classificação na corrida foi a seguinte:
1. Lewis Hamilton, 2. Sebastian Vettel, 3. Mark Webber, 4. Jenson Button, 5. Nico Rosberg, 6. Felipe Massa, 7. Fernando Alonso, 8. Michael Schumacher, 9. Vitaly Petrov, 10. Kamui Kobayashi
Com três provas completadas, o mundial de pilotos ficou assim:
1. Sebastian Vettel, 68
2. Lewis Hamilton, 47
3. Jenson Button, 38
4. Mark Webber, 37
5. Fernando Alonso, 26
6. Felipe Massa, 24
7. Vitaly Petrov, 17
8. Nick Heidfeld, 15
9. Nico Rosberg, 10
10. Kamui Kobayashi, 7
11. Michael Schumacher, 6
12. Sebastien Buemi, 4
13. Adrian Sutil, 2
14. Paul di Resta, 2


Filme - Harry Potter e as Relíquias da Morte, Parte 1

Consegui ser o primeiro da locadora a assistir à primeira parte de dois filmes que contarão o final da saga de Harry Potter. O Enigma do Príncipe foi o início da "trilogia" que vai encerrar a história. Harry Potter e as Relíquias da Morte, Parte 1, é o meio. Como fragmento de algo maior, este filme não se sustenta como entretenimento casual, com começo, meio e fim. Para apreciá-lo é preciso ser fã.
Referências a detalhes dos outros filmes - e livros -, todas imprescindíveis para a compreensão deste capítulo, tornam esta uma experiência totalmente dedicada aos fãs. Definitivamente esta produção não é voltada ao público comum. É justamente o respeito às pessoas que estão há uma década ao lado de Harry, Ron e Hermione, algumas que, literalmente, cresceram ao lado do trio, o que torna este filme tão especial.
Com 2h30 de duração para cobrir 60% do livro, a adaptação tem tempo de sobra para levar os acontecimentos do romance às telas sem os atalhos que os demais filmes se acostumaram a fazer. Tanto que isso até evidencia os defeitos dos demais, cheios de cortes em nome da duração mais curta. Dobby, o elfo doméstico teve destaque no cinema no segundo filme e depois desapareceu, ainda que na série literária tenha permanecido relevante. Assim, sua volta no sétimo filme, cheio de importância, parece completamente gratuita para quem apenas o conhece do cinema.
Porém, a verdadeira nação de fãs do jovem bruxo, que conhecem cada uma das referências, entendem a relevância dos personagens e subentendem acontecimentos.
O tom continua sombrio, mas desta vez há sequências ainda mais adultas, violentas (prepare-se para alguma tortura e sangue) e dramáticas. Há, claro, três ou quatro cenas de ação, mas elas estão muito distantes dos animados embates dos primeiros capítulos. Entre cada uma delas há longas cenas em que muito pouco acontece além da tensão recorrente da solidão de três adolescentes tendo que, pela primeira vez em suas vidas, assumir as rédeas de seus destinos, sem professores, pais ou responsáveis.
A trama começa com a ameaça dos Comensais da Morte de Lorde Voldemort ganhando proporções alarmantes, tanto que Harry, Ron e Hermione precisam tomar providências para proteger seus familiares. Com o inimigo agindo impunemente, é preciso esconder Harry Potter, que se torna a última esperança da resistência dos bruxos para impedir o reinado de Voldemort. Com a queda do Ministério da Magia, porém, a situação se complica - e os três amigos partem em busca dos únicos artefatos que podem parar de uma vez por todas esses eventos: as horcruxes.
Mas, à medida que procura por pistas, ele descobre uma lenda antiga e quase esquecida: a lenda das Relíquias da Morte. E se a lenda for verdadeira, isso poderia dar a Voldemort o imenso poder que ele tanto busca.
Harry nem imagina que seu futuro já foi decidido pelo seu passado, quando naquele dia fatídico, ele se tornou o "Menino Sobrevivente". Não mais só um menino, Harry Potter está cada vez mais próximo da tarefa para a qual está se preparando desde o primeiro dia em que pisou em Hogwarts: a batalha final com Voldemort.
Infelizmente, não termina - a Parte II só em 15 de julho deste ano.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fórmula 1 – Grande Prêmio da Malásia

Na madrugada de sábado para domingo ocorreu o Grande Prêmio da Malásia. Novamente o alemão Vettel venceu. E com sobra. Quanto aos brasileiros, outra vez mais, decepção. Rubens Barrichelo não completou e Felipe Massa, com problemas em uma das rodas, chegou somente em 5º. Não sei o que ocorre, mas é impressionante como só a equipe de Massa comete erros nos Pit Stops. A equipe do Alonso não erra uma. Que será que acontece? Como disse, não sei. Estranho. A classificação na corrida foi a seguinte:
1. Sebastian Vettel, 2. Jenson Button, 3. Nick Heidfeld, 4. Mark Webber, 5. Felipe Massa, 6. Fernando Alonso, 7. Kamui Kobayashi, 8. Lewis Hamilton, 9. Michael Schumacher, 10. Paul di Resta
Com duas provas completadas, o mundial de pilotos ficou assim:
1. Sebastian Vettel, 50
2. Jenson Button, 26
3. Lewis Hamilton, 22
4. Mark Webber, 22
5. Fernando Alonso, 20
6. Felipe Massa, 16
7. Vitaly Petrov, 15
8. Nick Heidfeld, 15
9. Kamui Kobayashi, 6
10. Sebastien Buemi, 4
11. Michael Schumacher, 2
12. Adrian Sutil, 2
13. Paul di Resta, 2

Livro - Pais brilhantes, professores fascinantes, Augusto Cury

Terminei neste fim de semana de ler. Neste livro, Augusto Cury convoca as pessoas que trabalham com educação e também os pais a descobrir seus alunos e filhos. Provoca os leitores a procurar seus filhos e alunos, quebrando as barreiras que os "ilharam", separando seus caminhos, frustrando seus sonhos e promovendo a desestabilização de suas casas e salas de aula. O autor afirma que tanto os educadores quanto os pais são propensos à falhas no encaminhamento da educação de suas crianças e adolescentes, entretanto, a maior das falhas se refere ao fato de se ter "esvaziado" as relações com filhos e alunos e perdido a sensibilidade. No livro o autor mostra que é preciso cultivar a emoção e expandir a inteligência dos jovens. Para isso, pais e professores precisam de ferramentas para estimular as crianças e os adolescentes. Formar crianças e adolescentes sociáveis, felizes, livres e empreendedores é um belo desafio nos dias de hoje. A solidão nunca foi tão intensa: os pais escondem seus sentimentos dos filhos, os filhos escondem suas lágrimas dos pais, os professores se ocultam . Entende-se que para fazer a diferença tem-se de adquirir os sete hábitos dos pais brilhantes e dos professores fascinantes. Além disso, o autor chama a atenção para os sete pecados capitais dos educadores e ensina dez técnicas pedagógicas que podem revolucionar tanto a sala de aula quanto a de casa. Pais e professores brilhantes são semeadores de idéias e não controladores dos filhos. Ninguém se diploma na tarefa de educar , aprende educando. A vida é uma grande escola que pouco ensina aos que não sabem ler a realidade que os cerca. O professor fascinante é um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de idéias. Professores fascinantes devem formar pensadores que são autores da sua história. Devem multiplicar homens que pensam em sua realidade. Eles transformam a informação em conhecimento e o conhecimento em experiências. Professores fascinantes usam a memória como suporte da arte de pensar, o que contribui para desenvolver nos alunos: o pensar antes de agir, expor e não impor idéias, consciência crítica, a capacidade de debater, de questionar, de trabalhar em equipe. A memória humana é um canteiro de informações e experiências para que cada um produza um fantástico mundo das idéias. Os professores fascinantes resolvem os conflitos em sala de aula, educam para a vida promovendo a auto-estima. Professores e pais fascinantes devem cumprir com a palavra dada. A confiança é um edifício difícil de ser construído, porém fácil de ser demolido e muito mais difícil ainda de ser reconstruído. Não importa o tamanho de seus obstáculos, mas o tamanho da sua motivação para superá-los. Cury aponta também o excesso de estímulo da TV, produzindo uma nova síndrome chamada Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), que é caracterizado por baixa concentração, dificuldade em lidar com estímulos da rotina diária, irritabilidade, esquecimento, ansiedade intensa. Informa que a maneira como acontece a educação escolar é equivocada, gerando servos e não pensadores. Além disso, o autor enfatiza aos professores não espalharem conhecimentos prontos. Recomenda o desenvolvimento da dúvida. “No momento que expõem o conhecimento, é necessário ensinar debatendo as idéias, perguntando, assim gerarão pensadores e não repetidores de informação”. Outro ponto é que o professor cruze sua história com a dos alunos, de vez em quando, uma vez por semana, durante alguns minutos. Que ele possa falar sobre um período da sua vida, das suas tristezas, angústias, sonhos, aventuras, golpes de audácia. “Enfim, o professor fascinante é aquele que não ensina apenas matéria, mas que ensina a vida e fale de si mesmo”. Aos pais, cabe a participação. “Os pais devem deixar de ser manuais de regras e de críticas”. “Pais brilhantes são também aqueles que cruzam suas histórias, que têm coragem de perguntar a seus filhos quais os seus dias mais tristes, quais foram as suas frustrações mais importantes”. Os pais devem questionar os seus erros aos filhos, e perguntar a eles o que pode ser feito para melhorar a relação em família, de forma a torná-la mais feliz. Segundo o autor, os pais cultos - que tem uma ou duas faculdades -, às vezes mestrado ou doutorado, que têm sucesso financeiro, são grandes empresários, que possuem alto status social, estão gerando filhos doentes. “Isto porque não basta dar apenas o conhecimento lógico, uma boa escola, comprar brinquedos, excelentes roupas; os filhos precisam da história dos próprios pais, das lágrimas destes, do coração emocional, muito mais que do dinheiro deles”. Coloca-se aqui que no mundo todo assiste-se a um processo de solidão. “As pessoas moram na mesma casa, comem da mesma comida, respiram o mesmo ar, mas estão distantes uns dos outros”.
"Pais Brilhantes, Professores Fascinantes" nos faz refletir e nos permite perceber como atitudes verdadeiramente simples e posturas corajosas diante da vida podem transformar a educação e ajudar nossas crianças e jovens a crescer com melhores perspectivas. Como é importante os professores desengessarem-se e assumir que podem caminhar de mãos dadas com seus alunos, assim como os pais deixarem a emoção fluir com verdade, transmitindo segurança e principalmente confiança aos seus filhos.
"Pais Brilhantes, Professores Fascinantes" surpreende pela facilidade de leitura e pelas orientações de valor. A leitura desse livro me fez repensar atitudes e posturas perante meu filho e vislumbrar comportamentos felizes e pertinentes junto da família.

sábado, 9 de abril de 2011

Filme - 72 Horas

Assisti neste final de semana. O filme conta a história de um professor universitário, John Brennan, interpretado por Russell Crowe. Ele levava uma vida perfeita até sua esposa, Lara, ser presa acusada de um crime brutal, que ela alega não ter cometido. Após três anos de vários recursos negados pela justiça, John percebe que só há uma saída: elaborar um plano de fuga preciso para tirá-la da prisão. Agora, ele e Lara terão apenas 72 horas para fugir. Em uma corrida contra o tempo, John irá provar que não há nada mais perigoso do que um homem com tudo a perder.
O filme prende a atenção, você fica querendo o tempo todo saber qual será o próximo passo de John, cada vez mais desesperado. Sua obsessão se torna tamanha que acaba perdendo dinheiro, casa e quase o filho. Cabe aqui uma ressalva: o filme faz uma crítica sutil à internet. Quem é mais atento vai perceber que há uma sugestão de que, hoje em dia, o que você quiser pode ser encontrado nela e que, se não for bem vigiada, formará ainda grandes criminosos. Esta foi a grande deixa. Fiquemos atentos com a internet, principalmente depois do fato lamentável ocorrido no Rio de Janeiro e que, tudo indica, a grande rede estava, mais uma vez, envolvida.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Filme - Presságio

Assisti também neste final de semana o filme Presságio, com Nicolas Cage. O filme é de 2009 e só agora me chamou atenção, devido aos comentários. 50% das pessoas que assistiram falam bem, 50% falam mal. Ainda não me decidi de que lado estou. Preciso analisar melhor. A história começa em 1959. Como parte das celebrações de uma escola infantil, um grupo de alunos faz desenhos de como eles imaginam o futuro. Os desenhos ficarão guardados em uma cápsula do tempo e serão abertos em 50 anos. Porém, uma garota desenha diversos números aparentemente aleatórios, que ela alega estarem sendo soprados por pessoas que ela não vê.
Meio século depois, uma nova geração de alunos examina o conteúdo da cápsula e a mensagem criptografada da garota acaba nas mãos de Caleb Koestler. Mas é o pai dele, o professor de astrofísica John Koestler (Nicolas Cage), que faz uma descoberta estarrecedora: a mensagem codificada prediz as datas e o número de mortos de todas as grandes tragédias dos últimos 50 anos com uma precisão incrível. Conforme investiga os segredos do documento, John descobre que ele prevê mais três catástrofes - sendo a última de proporções globais.
Os esforços de John para alertar as autoridades sobre as catástrofes iminentes são em vão e seus medos se tornam cada vez maiores ao perceber que Caleb está ligado ao mistério de alguma forma. Agora, contando com a ajuda da filha e da neta da autora da mensagem, John embarca em uma corrida eletrizante contra o tempo para prevenir a humanidade do maior dos desastres...
O filme mistura religião com ficção científica. Quase tudo o que ocorre faz parte de uma citação da bíblia e no final há uma referência a uma nova Arca de Noé, muito tecnológica por sinal, e ainda, uma alusão à Adão e Eva e a famosa árvore (macieira). Só faltou a serpente. Confira por si mesmo. Como disse, as opiniões são bem divididas.

domingo, 3 de abril de 2011

Filme – As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada

Assisti neste final de semana. Bom programa para fazer com a família em mais um dia de chuva.
A história narra as aventuras de Lúcia e Edmundo, juntamente com o primo Eustáquio e o agora rei Caspian, a bordo do navio Peregrino da Alvorada. Juntos têm a missão de saber o que aconteceu com os sete fidalgos que foram enviados para desbravar o oceano oriental por Miraz, tio de Caspian, conforme narrado em O Príncipe Caspian. Desta vez entram no mundo de Nárnia enquanto estavam passando as férias na casa do inconveniente primo Eustáquio, por um quadro que os pais de Eustáquio ganharam de presente de casamento, o qual estava pendurado no quarto onde Lúcia dormia. Nesta viagem passam por inúmeras aventuras em diversas ilhas que encontram ao longo dos mares desconhecidos, habitadas por dragões, povos não muito amigáveis e criaturas estranhas como os Tontópodes. Eustáquio que inicia a viagem contra a sua vontade, acaba tendo sua vida transformada após ser vítima de um feitiço que o transformou em um dragão em uma das ilhas. Isso acaba transformando o caráter dele, tornando a pessoa chata que era em alguém pronto para ajudar. Mas, considerando que as adaptações de livros feitas para o cinema nem sempre são fiéis, este não fugiu à regra, deixando pontos sem nó. Personagens que surgem sem explicação e histórias paralelas que não se sustentam. Meu filho adorou, como sempre, pois o cenário e o mundo da fantasia chama a atenção das crianças. Eu, como já li o livro, prefiro o livro.

Livro - O Dilema do Onívoro, Michael Pollan

Terminei esta semana de ler. Fala sobre alimentos. Aqui vão algumas considerações a respeito e que achei interessantes:
Primeiramente me chamou a atenção a ligação entre comida e guerra. Os Estados Unidos se metem em tantas guerras que já não sabem o que fazer com o excedente delas. Bem, não sabiam, pois as sobras dos produtos químicos usados na Guerra Química estão sendo usadas para produzir fertilizantes e pesticidas.
Segundo, o processo de barateamento de calorias: como 1 caloria de um alimento natural é transformada em 10 ou mais calorias de alimentos processados. Isso explica porque as embalagens estão cada vez maiores com preços cada vez menores. Em parte, porque a matemática das calorias  é invejável. Vamos tomar como exemplo a Coca-cola. 1 litro de Coca-cola custa 1 dólar. Aí entra o processamento de alimentos e consegue-se que 1 litro passe a custar 0,70 cents. Mas quem bebe um litro de refrigerante não vai beber 2 litros só porque diminuiu 0,30 cents. Agora vem o trabalho de marketing: aumenta-se o tamanho da embalagem, passa-se a vender em garrafas pet de 2 litros a 1,50 dólares. Perceberam? O consumidor fica feliz em comprar não mais 2 litros por 2 dólares, economizando 0,25 cents por litro, ou 0,50 cents no total e a empresa, que poderia vender por 0,70, lucra ainda outros 0,05 em cima do feliz consumidor.
Nos EUA, são necessárias duas calorias de fertilizantes sintetizados a partir do petróleo para produzir uma caloria de milho. E como o gado bovino é alimentado com milho, quase um barril de petróleo é consumido para cada animal abatido. Os excedentes da produção de milho estão na origem tanto da abundância quanto da obesidade. Os subsídios governamentais são generosos, o alimento industrializado tem preços baixos, mas dão origem aos altos índices de obesidade que custam algo em torno de 90 bilhões de dólares por ano em despesas médicas. Ou esses excedentes atravessam a fronteira do México, onde liquidam com os pequenos produtores.
Toda uma complexa cadeia de interesses gira em torno da produção de milho, impedindo que cessem os subsídios. A insensatez do agronegócio é objeto deste livro e certamente é um importante alerta para um Brasil que se pretende transformar numa Arábia Saudita dos biocombustíveis.
O livro descreve a gigantesca monocultura de milho no estado de Iowa e volta até a origem da alta produtividade, com raízes na produção de sementes híbridas na década de 30, permitindo a mecanização da lavoura e dando início a um processo que rapidamente transformará os agricultores em reféns - mais do que em beneficiários - da agroindústria.
O fato curioso é que o livro explica como surgiu a lei seca nos EUA. Como havia montanhas e montanhas de milho, era preciso dar uma destinação a todo esse produto. Tudo o que podia ser imaginado de alimento passou a ser produzido com milho, inclusive, vejam só, whisky. Como a produção era muita, o preço do whisky era muito barato. Tomava-se whisky no café, no almoço e no jantar. Nas fábricas, não havia pausa para o café, havia pausa para o whisky. O resultado é que o país inteiro transformou-se em alcoólatras da noite para o dia. Como forma de tentar amenizar isto, baixaram a lei seca.
Ao final da segunda guerra mundial, quando os Estados Unidos detinham imensos estoques de nitrato de amônia para a fabricação de explosivos, a solução encontrada foi o uso intensivo de fertilizantes. Também a indústria de pesticidas se estrutura com base nos estoques de produtos químicos destinados à fabricação de gases venenosos para uso militar. Os excedentes da produção de milho precisam encontrar mercados e logo começam a ser utilizados na alimentação de animais, mesmo dos ruminantes, cujo sistema digestivo não é adaptado ao consumo de cereais.
Seguindo em busca da cadeia produtiva da agroindústria, Pollan viaja até Garden City, no estado de Kansas, e descreve a criação de gado bovino confinado, alimentado com milho, antibióticos e outros medicamentos, suplementos alimentares e estrogênio, gordura liquefeita e uréia sintetizada a partir do gás natural. Trinta e sete mil cabeças numa instalação que na linguagem da agroindústria norte-americana é conhecida como Operação Concentrada de Alimentação Animal (CAFO - Concentrated Animal Feeding Operation).
"Essa instalação se parece como uma cidade pré-moderna, sem espaço, imunda e mal-cheirosa, com o esgoto a céu aberto, ruas sem pavimentação e o ar tornado visível pela poeira. (...) A concentração de animais em meio à falta de higiene sempre foi uma receita para doenças. A única razão pela qual não ocorrem epidemias como nas cidades humanas medievais é o uso intensivo de antibióticos. (...) Essa alimentação dá à carne a textura e o sabor que os consumidores norte-americanos passaram a gostar. No entanto, essa carne é menos saudável para nós, já que contem teor mais elevado de gorduras saturadas e menos ômega-3 do que as carnes do bovino alimentado no pasto. (...) Na medida em que se avança na compreensão desse sistema de produção, torna-se inevitável questionar se o que parece racional não é também uma loucura total".
Este novo modelo de criação do gado deu origem à mais perigosa doença entre os bovinos e que ainda não se tem estudos conclusivos acerca do verdadeiro estrago que faria no ser humano: a vaca louca. Parte da mistura que alimenta o gado nos confinamentos contém gordura liquefeita, gordura do próprio animal que é abatido e que retorna como suplemento dos outros animais (tudo se aproveita). Seria como se fosse um canibalismo bovino. Isso acarreta o “derretimento” do cerébro dos bovinos, tornando-os esponjosos e causando a tão temida doença.
commodity em 4 dólares de alimentos processados, com novas formas e sabores, vendidos em embalagens que atraem o olhar do consumidor, tudo com o apoio de grandes campanhas publicitárias. Para cada caloria de alimento assim processado são necessárias 10 calorias de combustível fóssil.
Daí, o caminho até o McDonald's é denso de truques apoiados em estudos de mercado e na "ciência da alimentação". Foi o esforço para aumentar a receita de cadeias de cinema que, depois de muitas experiências, levou à criação dos imensos sacos de pipoca e copos de soda que hoje estão presentes em todos os locais dos EUA, tendo as crianças como alvo principal. Três em cada cinco norte-americanos têm o peso mais elevado do que o recomendável, um em cada cinco é obeso, e cada criança nascida depois de 2000 tem 33% de possibilidades de desenvolver diabetes.
"Atualmente, 19% das refeições norte-americanas são feitas em automóveis. Refeições compradas sem que a porta do veículo precise ser aberta, comidas sem que o carro tenha que parar, com o uso de uma só mão. De fato, essa é a genialidade dos nuggets de frango: poder consumir sem o uso de prato ou garfo. Não há dúvidas de que os pesquisadores do McDonald's estão neste momento trabalhando para que se possa fazer o mesmo com uma simples salada."
O livro também dá um alerta aos vegetarianos: caçar e depois preparar a comida foi o que deixou nossos cérebros crescerem e ficarem grandes, ao contrários dos outros animais. E para dar conta do funcionamento desta super máquina (aqui o alerta é para os regimistas de plantão) 18% da energia necessária provém somente da ingestão de carboidratos, ou seja, se você não ingerir carboidratos, 1/5 do seu cérebro não funcionará.
Por fim, o alerta aos protetores dos animais (leiam vegetarianos novamente). Deixar uma espécie livre (no exemplo citado, porcos) pode desequilibrar todo um ecosistema, trazendo mais prejuízos do que benefícios, podendo até mesmo, abreviar em demasia a vida dos animais que estão sendo soltos. E vai além. A opção pelo vegetarianismo é causadora do aumento de mortes de certos animais, que até então estavam preservados, mas, com o aumento da plantação de vegetais, tiveram suas vidas abreviadas. Cita como exemplo pequenos roedores que vivem em tocas nos solos e que são esmagados por colheitadeiras e até mesmo pássaros que são mortos pelos pesticidas pulverizados nas lavouras, entre outros.
O livro de Pollan segue por caminhos fascinantes e sua leitura nos faz perguntar se é isso que queremos. A afirmação de que não haverá necessidade de desmatamento para a produção e a exportação de imensas quantidades de biodiesel se baseia na avaliação de que grandes áreas de pastagens podem ser convertidas para monoculturas de oleaginosas com um pouco de modernização de nossa agricultura...Isso, apenas para começar uma reflexão mais profunda sobre estilos de vida na era pós-petróleo.