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Imaginei este espaço para a troca de informações a respeito dos diversos tipos de hobbies. Para mim, cozinhar degustando uma boa bebida, para outros, futebol, filmes, ler um bom livro. Para meu filho, colecionar álbum de figurinhas. De qualquer forma, seja qual for o hobby, sempre será uma forma agradável de se passar o tempo quando não se tem o que fazer ou quando já se fez o que tinha de fazer.
Vamos trocar informações tais como onde encontrar determinado produto, qual a melhor forma de utilizá-lo, receitas, enfim, tudo o que ajudar a tornar nosso tempo ocioso mais prazeroso.
Sejam bem-vindos, sugestões são bem-vindas e vamos iniciar a brincadeira.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Coleções: Quadrinhos

Sou fã de quadrinhos. Colecionava gibis quando era criança. Minhas coleções preferidas eram as publicações da Marvel e da DC Comics. Títulos como Homem Aranha, Superaventuras Marvel, X-Men, Super Homem e Batman eram presença garantida em casa todos os meses. Se na época eu tivesse uma visão de futuro, poderia até ter faturado algum dinheiro em cima daquelas coleções. Para ter uma idéia, alguns gibis eu possuí desde a primeira edição, ou seja, a primeira revista lançada. Após alguns anos, não posso revelar quantos (mais de 20, ou mais), acho que deveria valer alguma coisa. Principalmente no meio dos colecionadores. Mas tive a infeliz idéia de guardar minha coleção em uma caixa de papelão no sótão da casa de meus pais. Em uma tempestade de granizo, o telhado quebrou e minha coleção todinha foi danificada. Nem é preciso descrever o meu sentimento na época. Não voltei a colecionar os gibis, mas não resisto à tentação de ler um quando cai em minhas mãos. Agora, quem está tendo a oportunidade de colecioná-los é meu filho. E eu aproveito para acompanhá-lo neste que é um hobby muito prazeroso. Abaixo segue uma notícia veiculada no site G1 e que descreve perfeitamente esta febre que é a coleção de gibis.

Colecionador do Ceará reúne 150 mil revistas em quadrinhos

Exemplar mais antigo é de 1904; acervo está em quatro depósitos.
Colecionador tem ainda todos os números da Playboy e de outras revistas.

Diana Vasconcelos Do G1 CE
Silvyo Amarante coleciona quadrinhos há mais de 50 anos. (Foto: Diana Vasconcelos/G1 CE) 
Silvyo Amarante coleciona quadrinhos há mais de 50 anos. (Foto: Diana Vasconcelos/G1 CE)

Uma paixão que já dura uma vida. Aos 59 anos de idade, Silvyo Amarante admira, lê e coleciona todos os tipos de quadrinhos desde os seis. São mais de 150 mil revistas espalhadas em quatro depósitos, além dos exemplares que tem na loja que montou há 15 anos em Fortaleza, um estoque tão grande quanto a coleção particular. Para Amarante, o hobby virou estilo de vida.
Fã de criações dos desenhistas e roteiristas Hall Foster (1892-1982) e Frank Miller, autores de  "O Príncipe Valente"  e "A queda de Murdock",  respectivamente, Amarante fala com orgulho das obras que guarda como tesouros. "'O Príncipe Valente' é deslumbrante. Fazer algo assim em uma época sem recursos, imagino o que ele [Foster] faria hoje", afirma.
Clássicos da década de 1940, como as revistas "O Guri e Gibi", que acabaram virando sinônimo de quadrinhos no Brasil, também fazem parte da coleção. Mas Amarante revela que o acervo vai além dos quadrinhos. Ele diz ter todas as edições da "Revista do Esporte" e da revista masculina "Playboy", por exemplo. "Uma vez tive a ideia de fazer um museu para consultas. Um dia um estudante veio e roubou sete Playboys minhas. Me zanguei e acabei com o museu", conta o colecionador, que tem como peça mais antiga uma revista portuguesa de 1904.
“Graças a minha coleção me tornei amigo de artistas que admiro, como Al Rio [Mulher Maravilha], Ed Bennes [Liga da Justiça] e Clark Kenji Yamamoto [artista independente]. Já trabalhei escrevendo monólogos para Chico Anysio e conheci outros tantos talentos, me sinto um privilegiado”, afirma o colecionador que já foi chamado de louco por parentes e amigos.
Colecionador reúne 150 mil quadrinhos em Fortaleza (Foto: Diana Vasconcelos/G1 Ceará) 
Colecionador tem todos os números de "Roy Rogeres" e "Aí Mocinho", da Editora Brasil-América. (Foto: Diana Vasconcelos/G1 Ceará)

O começo
A paixão começou quando ele passou a ler as charges da revista “O Cruzeiro”, em especial, “Os Amigos da Onça”, que o dono de uma fábrica de sapatos no Centro de Fortaleza colava nas paredes do estabelecimento. “Eu tinha seis anos e morava vizinho à fábrica. Passava horas lendo as charges e o dono me emprestava um cavalete para eu ler as mais altas”, conta o colecionador.
Nessa época, passou a pedir quadrinhos ao pai como presente. Aos 10 anos, quando já frequentava uma feira de colecionadores aos domingos no Centro de Fortaleza, encontrou um senhor tentando se desfazer de uma pilha de revistas. “Passei o dia inteiro na casa dele. Voltei para casa umas 21h em um carro cheio de revistas, no meu colo, no banco de trás, no porta-malas, umas de duas mil que eu comprei sem ter um tostão no bolso. Saí da casa do velhinho dizendo que meu pai ia pagar”, afirma.
Mas, ao chegar em casa, o garoto fã de quadrinhos encontrou todos chorando pelo desaparecimento dele. “Quando me viram com revistas, meu pai disse para não falarem nada porque eu era doido”, disse sorrindo . “Meu pai pagou tudo para o velhinho”, lembra. O problema passou a ser o espaço para guardar tantos quadrinhos. O tempo passou e Silvyo Amarante, aos 17 anos, montou a primeira loja, localizada no Centro da cidade com cinco funcionários.
Colecionador reúne 150 mil quadrinhos em Fortaleza 2 (Foto: Diana Vasconcelos/G1 Ceará) 
No mural de autógrafos, o colecionador exibe artes exclusivas de Al Rio, Maurício de Souza e Ziraldo. (Foto: Diana Vasconcelos/G1 Ceará)

Juventude
“O piso do mezanino era coberto de posteres de mulheres nuas, todos tinham de tirar os sapatos para entrar. O pessoal adorava, não era fácil conseguir aquilo” contou. A loja só durou um ano, a proprietária do prédio não quis renovar o contrato de aluguel porque achava o ambiente “errado”. O jovem então partiu para a faculdade, fez seis semestres de economia e seis de administração, largou as duas faculdades e disse para o pai que se continuasse seria “um péssimo administrador e um economista medíocre”.
“Ele [o pai] me respondeu que eu só servia para duas coisas, cuidar de uma casa de jogos ou de uma livraria. Ele estava certo, acabei abrindo uma lotérica [em 1984] e o nome era Quadrinhos. As pessoas achavam que era por causa da cerâmica nas paredes, mas era por causa das revistas que estavam por toda parte”, conta. Mas antes da lotérica, em 1982, Silvyo se casou e passou por tempos financeiros difíceis.

Sem espaço
Amarante conta que eles alugaram dois apartamentos no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. No 3º andar eles moravam, no 2º funcionava um depósito de revistas. A renda melhorou quando o colecionador conseguiu a lotérica. “Eu tinha revistas em todo lugar, em casa, no apartamento de baixo, nas escadarias do prédio, na casa da minha mãe, numa fazenda do meu pai e na lotérica. Chegou ao ponto de as pessoas encontrarem revistas até nas mesas usadas para fazer os jogos”, diz Amarante, que se tornou pai também em 1984.
Em dezembro de 1989, Amarante usou tudo que tinha na poupança (10 milhões de cruzados) e o dinheiro da venda de um terreno (50 milhões de cruzados) para comprar a coleção de três mil exemplares de um amigo empresário. “Depois de vender 598 exemplares, consegui 183 milhões de cruzados’’, uma espécie de vingança, segundo ele, contra os que consideraram a compra uma loucura.
Texto do monólogo "M" foi publicado em um livro por pelo colecionador. (Foto: Diana Vasconcelos/G1 CE) 
Texto do monólogo "M" foi publicado em um livro pelo colecionador. (Foto: Diana Vasconcelos/G1 CE)

Com o aumento da coleção, Amarante disse que um depósito que pudesse receber todo o acervo se fez necessário. O colecionador, então, preparou um grande depósito ao lado da casa do pai por volta de 1994. A mudança do material foi feita em um dia, o mesmo em que ele prestigiava uma apresentação de Chico Anysio onde declamava o texto “M”, escrito por Amarante e que virou livro em 2011 (Editora Expressão Gráfica). As caixas foram empilhadas para serem arrumadas depois.
“Naquela noite teve uma chuva fina, o riacho perto da casa do meu pai subiu. No dia seguinte me ligaram falando que o depósito tinha alagado. Só lembro de abrir duas caixas com coleções estragadas: Roy Rogeres [década de 50, Editora Brasil-América] e Gene Autry [década de 40, Editora Brasil-América] dos números um ao 100, duas das mais valiosas que eu tinha. Daí pra frente só lembro que passei o dia jogando caixas foras”, conta, acrescentando, “o trauma foi tão grande que de lá para cá só entrei umas 20 vezes no depósito, não gosto”.
Mesmo “desencantado” por causa do incidente do alagamento, a coleção do empresário cresceu consideravelmente, preenchendo quatro depósitos. Para ele, o lado fã ainda é o mais forte. Em 1996, desfez-se da lotérica e montou a loja, onde também adquire exemplares para coleção sempre que tem oportunidade, readquirindo, inclusive, todos os números de Roy Rogeres e Playboys.
O lojista garante que não vende itens da coleção, a menos que tenha mais de um exemplar, o que é comum. Sendo assim, a loja que mantém há 15 anos tem desde artigos comuns em qualquer banca de jornal a itens especializados e raros. “Hoje, comercialmente o mais rentável são os comics [histórias em quadrinhos no estilo norte-americano], mas os que vendo em maior quantidade são os mangás [estilo japonês]. Mas também tenho fumetti [estilo italiano], manhwa [quadrinhos asiáticos], europeu e até os independentes”, conta.

2 comentários:

  1. Ahhh, como Gibis me vinculam a boas lembranças!

    Quando criança meu pai voltava do trabalho e passava numa dessas bancas de revistas comuns que temos até hoje e comprava-me para mimo.

    Ele chegava em casa, me abraçava e colocava a revistinha atrás das costas. Claro, eu já o esperava com aquele sorriso no rosto, "Cadê, cadê, papai?"

    Tio patinhas, os irmãos metralha, Magali, a turma da mônica, chico bento, nossaaaa hahaha, quão gostosas leituras.

    possuía muitas, até que um dia emprestei a um amigo e ele nunca mais me devolveu. --'

    Confesso que leio até hoje, ainda que esporadicamente e por meio virtual em blog's amigos, mas nada se compara a boa e velha revistinha em quadrinhos.

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    1. Também tenho as mesmas lembranças, tanto que hoje faço isto com meu filho. Trago para casa, de vez em quando, algumas revistas da Turma da Mônica para ele ler. Seus olhinhos brilham. E o que é mais importante, desperta nele, desde cedo, o gosto pela leitura, tão importante para nossa sociedade.

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